Liturgia do 2º Domingo de Advento – Ano B

Abrir caminhos novos

Is 40, 1-5.9-11; 2 Pedr 3, 8-14; Mc 1, 1-8

O Advento pede-nos que abramos caminhos para a entrada de Jesus na nossa história humana. Abrir caminhos de paz, de justiça, de reconciliação e de entendimento entre todos. Que a magia divina do Natal que se aproxima mude o nosso coração e nos habilite a continuar a missão de Cristo sobre a terra.

1. O Evangelho de Marcos abre com esta linha solene: “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. É um anúncio solene com uma bela notícia que é Jesus. É a narração da ternura de Deus, com o anúncio de que é possível para todos viver melhor e que o Evangelho possui a chave dessa vida melhor. Um Deus sempre mais próximo, através de Jesus, próximo como o nosso respiro, como o nosso coração.   
Virá depois de mim alguém que é mais forte do que eu, diz João. Jesus é mais forte, porque traz a ternura de Deus, que fala ao nosso coração. Todas as outras vozes são vozes que distraem, que passam ao lado, mas a sua voz é a única que ressoa no fundo da alma, que desce até ao coração do homem.
Vem aquele que é mais forte: mais forte do que a economia, o mercado ou o dinheiro. Mais forte do que o orgulho, a vaidade e o egoísmo. Mais forte do que o ódio ou a violência, porque traz a paz, a reconciliação entre os homens, o respeito pelos outros, a atenção aos mais fracos   
O que nos traz o Evangelho de Marcos é uma boa Notícia, grávida de um bom futuro para o mundo, porque em Jesus Deus está mais próximo de nós, como um abraço de que tanto precisamos.

Para Si:  Liturgia da Solenidade de Cristo Rei

“Produzi frutos que mostrem a vossa conversão”

JOÃO BATISTA



2. “Preparai os caminhos do Senhor”, proclama João no deserto. Apregoa um batismo de conversão e imerge os seus discípulos no rio Jordão em vista do perdão dos pecados. Vai chegar aquele que perdoa. Vai chegar a divina misericórdia, incarnada em Cristo Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.
É preciso que a palavra de João Batista ecoe de novo no deserto do nosso mundo para limpar a indiferença, o egoísmo e tudo aquilo que sufoca a procura dos verdadeiros valores. Precisamos todos de aplanar caminhos e encher os vales com o anúncio missionário da tolerância, da confiança e do perdão.
“Arrependei-vos, que está perto o Reino dos Céus”. Advento é promessa de conversão. Tenho que mudar de vida, endireitando caminhos de orgulho e infidelidade. Preciso de limpar a minha eira e cortar a erva daninha que não me deixa crescer para o alto. Da árvore da vida que em mim Deus plantou hão de brotar obras de arrependimento e gestos de acolhimento. “Acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para glória de Deus”.

3. Frutos de conversão – Para acolher o Messias, João Baptista pedia uma profunda mudança de vida a todos os que acorriam à sua pregação: “Produzi frutos que mostrem a vossa conversão”. Pelo batismo fomos enxertados na árvore de Cristo, tornando-nos participantes da sua vida e da sua missão. Por Ele e nele ficámos habilitados a prestar culto a Deus, a anunciar o seu Reino, a ler os sinais dos tempos e a entender o curso da história humana, de que Ele é chave. Quanto mais vida recebermos desta árvore divina, melhores frutos produziremos.

Darci Vilarinho

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